Oi, gente!
A resenha (surpresa) de hoje é sobre um
livro maravilhoso, publicado pela primeira vez em 1953: uma das relíquias que encontrei na biblioteca pública da minha cidade!
É super curtinho e a leitura flui
rapidamente. Se você procura algo para ler em um dia, essa é uma ótima dica! Estou falando de Fahrenheit 451, escrito pelo (genial) Ray Bradbury!
Preparados? Vamos lá!
Imagine viver em uma sociedade onde nada
(nada mesmo) pode tirar sua alegria de viver. Onde tudo é bom demais pra ser
verdade e você evita pensar nos problemas que assolam a humanidade e faz de
tudo para não se estressar com nada.
Sua vida seria resumida a acompanhar
programas fúteis de televisão, em tomar doses exageradas de remédios
tranqüilizantes e, além de tudo, viveria completamente proibido de ler livros.
Sim, livros são proibidos na sociedade do futuro, criada por Ray Bradbury. Por
quê? Eles te fazem refletir sobre coisas que você preferia não pensar. Já pensou?
Em Fahrenheit 451, ao contrário de outras
distopias, em que o governo é o grande manipulador, Bradbury descreve a
sociedade do futuro sendo regida pelo medo. Sim, pelo medo que as pessoas têm
de serem infelizes. Por esse motivo, elas mesmas condenam os livros ou qualquer
outra atividade que as façam refletir sobre os problemas ao seu redor.
Questionar está fora de cogitação. Como forma de punição aos cidadãos que ainda
insistem em ter essa “droga” em casa, existem os bombeiros. Na história, eles
não mais apagam o fogo. Eles são os responsáveis por queimar as bibliotecas dos
moradores, através de denúncias feitas pelos próprios vizinhos.
"Não é de livros que você precisa, é de algumas coisas que antigamente estavam nos livros. (...) Descubra essa coisa onde puder, nos velhos discos fonográficos, nos velhos filmes e nos velhos amigos; procure na natureza e procure em você mesmo. Os livros eram só um tipo de receptáculo onde armazenávamos muitas coisas que receávamos esquecer. Não há neles nada de mágico. A magia está apenas no que os livros dizem, no modo como confeccionavam um traje para nós a partir de retalhos do universo."
"Não é de livros que você precisa, é de algumas coisas que antigamente estavam nos livros. (...) Descubra essa coisa onde puder, nos velhos discos fonográficos, nos velhos filmes e nos velhos amigos; procure na natureza e procure em você mesmo. Os livros eram só um tipo de receptáculo onde armazenávamos muitas coisas que receávamos esquecer. Não há neles nada de mágico. A magia está apenas no que os livros dizem, no modo como confeccionavam um traje para nós a partir de retalhos do universo."
(Pág. 109-110)
Guy Montag é um dos bombeiros da cidade e
personagem principal do livro. Tudo
ia bem na vida dele, até o dia em que conhece Clarice McClellan, uma garota
curiosa e observadora. Em poucos dias, os dois formam uma amizade e o bombeiro
começa a abrir os olhos para a loucura do mundo a sua volta.
“Não se pode precisar o momento em que uma
amizade se forma. Como ao encher gota a gota uma vasilha, há, no final, uma
gota que a faz transbordar, assim, também, em uma série de gentilezas, há uma
que, por fim, faz o coração transbordar.” (Pág. 97)
Em certo ponto da história, Montag passa a
ser perseguido pelo governo e foge para fora da cidade. Em sua fuga, encontra
professores e outras pessoas que liam, e agora usam os ensinamentos aprendidos
para ensinar outras pessoas. É possível sentir as emoções (principalmente
deslumbramento) de Montag, enquanto descobre esse novo mundo que se abre diante
dele: o mundo das possibilidades e do conhecimento. É um despertar muito bonito.
A apresentação do livro no site da editora
diz que ele “não só uma crítica à repressão política mas também à
superficialidade da era da imagem, sintomática do século XX e que ainda parece
não esmorecer”. E para entendermos o que isso quer dizer basta olharmos para
nosso próprio umbigo. Nós ainda temos muito dessa Era. Temos muito do
pensamento dos vizinhos e amigos de Guy ao nosso redor.
Para encerrar, só me resta dizer que a
história é cativante, e que vale (e muito) a pena conhecer as demais obras do
Ray Bradbury. Vocês não vão se arrepender!
Até semana que vem com mais coluninhas
aqui no blog!
Beijinhos!